domingo, 6 de outubro de 2013

Mensagem Final


E chegou o Domingo, dia que representou o fim da nossa aventura Selvagem. A viagem até Portugal correu bem, chegando a altura de começar a levar ao destino de origem cada um dos quinze Selvagens que durante uma semana criaram uma família. Quinze pessoas, que entre trabalho e cavaqueira, criaram laços de fraternidade e de amizade que perdurarão no tempo. As despedidas, são sempre difíceis, mas neste caso previam-se ainda mais difíceis do que o habitual.





Após o almoço tardio já em Portugal, os primeiros a desembarcar do nosso Barco foram o Luis, a Daniela e a Leonor que ficaram em Braga. A próxima paragem foi no Porto, onde desembarcaram a Cátia e o Pedro Brito, e onde apanhámos o Bento que iria ser um dos motoristas a partir desse momento. Seguiu-se a paragem em Coimbra onde deixámos o Bruno. Depois foi a vez do Rafa que ficou em Cantanhede.

Após Cantanhede os dois Barcos (as duas carrinhas) separaram-se. Um seguiu em direcção a Leiria pelas mãos do motorista Bento, levando a Andreia e a Diana até Leiria. O outro Barco seguiu o rumo até à Saída da A1 para Torres Novas, onde desembarcaram o P(Y)etra e a Ana Lúcia, sendo que um pouco mais abaixo na saída para Santarém desembarcou o David. Os últimos selvagens a chegar aos seu destino foram o Carlos, o Bernardo e a Bia que levaram um dos barcos até Lisboa.

Em todas as paragens que efectuámos para o desembarque dos nossos selvagens, houve momentos de cânticos, saltos, alegria, emoção e algumas lágrimas para fazermos a despedida como deve ser a quem ficava!

Em jeito de resumo, todos os objectivos a que nos propusemos no inicio desta grande aventura foram cumpridos e alguns superados. A segunda edição da Portuguese Work Party foi mais um sucesso, à semelhança da primeira, deixando uma marca de prestigio no grande centro escutista, Kandersteg International Scout Centre. Para os participantes foi uma aventura inesquecível, onde criaram amizades para a vida, conheceram um local lindíssimo, viveram uma excelente experiência internacional em ambiente escutista e desenvolveram competências para o escutismo e para a vida.

Viveram sem dúvida uma excelente Actividade Escutista Internacional.

Até para o ano!









sábado, 5 de outubro de 2013

Flor

7h00, alvorada do último dia em Kandersteg. Notou-se uma ligeira baixa de energia e alegria no nosso habitual acordar. Não é para menos: o nosso tempo neste paraíso escutista tem já as horas contadas. Até o tempo pareceu manifestar o seu descontentamento com a nossa partida, presenteando-nos com chuva e nevoeiro, o que nos impediu de fazer a Via Ferrata que estava planeada e pela qual todos ansiávamos. No entanto, o plano B não deixou de ser fantástico e o espírito do grupo voltou a arrebitar: subimos de teleférico até ao ponto onde teríamos finalizado a Via Ferrata: uma vista incrível, ainda que escondida por enormes nuvens de nevoeiro que se atravessavam à nossa frente.




Os Alpes são um sítio único: ao olhar o vale profundo, cada pico que subimos, por mais baixo que seja, tem a particularidade de ser o topo do mundo a cada momento. E ali, naquele pequenino topo, estava diante de nós Kandersteg, até perder de vista, reaparecendo do nevoeiro que passava, sendo mesmo possível ver o Oeschinensee, o lago onde tínhamos estado no início da semana.



Ainda houve tempo para um chocolate quente num acolhedor estabelecimento antes da descida de regresso à terra e fomos também fazer um reconhecimento da zona de início da Via Ferrata. 
Depois de almoço, iniciámos rapidamente toda a frenesim de arrumação e limpeza para podermos partir do KISC ainda com luz do dia.



Na hora da despedida, as emoções falaram bem alto, entre músicas e partilhas perante o grupo e alguns Pinkies que nos foram mais próximos durante a nossa estadia.
Entrar nas nossas embarcações e colocar o KISC para trás das nossas velas foi difícil, mas muitos de nós levavam já a vontade de voltar e servir no sonho que B-P. tornou real. 
Percorremos quilómetros de estrada rodeados pelos Alpes a à medida que a paisagem ia mudando, a animação ia-se reestabelecendo. 
Deixámos a Suíça e fomos jantar a França, continuando depois a nossa viagem noite dentro.


sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Terra

Aquele som não era bom sinal! O som do apito significava que estava na hora de abandonarmos a pilha e fazermo-nos ao caminho.
Ainda o sol não ia no alto já tínhamos deixado o Uppe Hut para partirmos à aventura. As horas que se seguiram foram de esforço e sacrifício, mas valia a pena! Conforme íamos avançando mais os nossos corações se enchiam com aquelas montanhas paradisíacas que tornavam o nosso caminho ainda mais encantador.

Pouco faltava para o meio dia quando lá chegamos, tínhamos subido até aos 2284 metros de altitude, tínhamos alcançado Gällihorn.




Daquele pico conseguíamos ver o Kisc. Tão pequenino, mas ao mesmo tempo tão grande! Se não fosse o sonho de o visitarmos e de fazermos parte dele nunca nos teríamos juntado. Ali formamos uma família e fortificamos a linha que nos une.

Eram quase três da tarde quando terminamos esta jornada. Ao olharmos à nossa volta víamos os vales e as montanhas que rodeiam o Kisc e já sentíamos a tristeza pela nossa estadia estar quase a terminar. Ainda assim pegamos nas mochilas e dirigimo-nos à vila com o objectivo de trazer para Portugal um bocadinho de Kandersteg para aqueles que por cá ficaram.

Ao regressar para jantar não fazíamos ideia da surpresa que nos esperava! O staff tínhamos preparado um jantar à luz das velas com uma ementa especial: fondue de queijo. Os beijinhos durante o jantar foram uma constante, pois sempre que o nosso pão ficasse preso no queijo teríamos de dar um beijo a outra pessoa.



O serão que se seguiu foi vivido muito intensamente. A nossa última noite naquele local mágico foi aproveitada ao máximo para apreciarmos todos os momentos e desfrutarmos da companhia uns dos outros. Ao jeitinho português naquela noite não faltou nem animação nem boa disposição.

Naquele dia em Kandersteg crescemos, superamo-nos, fomos felizes!

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Pilha

Como já era habitual, o nosso dia nesta quinta-feira iniciou-se com o pequeno-almoço à hora marcada. À nossa espera estava o último período de trabalho no KISC. Uma manhã em que um pequeno grupo foi rachar lenha e os restantes foram retirar as ramagens dos pinheiros que estavam em montes após terem sido cortadas nos dias anteriores, para serem transportadas pelos pinkies na Leena (a "carrinha" de transporte do KISC) para local próprio.





Nesta manhã tivémos direito ao coffee-break junto à torre do campo, ao invés do local habitual.
Sendo a última manhã de serviço e estando quase todos a trabalhar juntos, a alegria e a entreajuda reinou e, como portugueses que somos e já que este povo tem a fama de ser desenrascado, aplicámos algumas técnicas para que o trabalho fosse melhor.





Após o almoço, preparadas as mochilas e equipados, partimos para o hike que nos levou ao Uppe Hut (Ueschinenhütte), o abrigo de montanha no vale superior de Üschenen.
Cerca de 6km depois e já com algum cansaço pois a altitude era superior ao que estamos habituados e, tendo em conta que a altimetria variou cerca de 700 metros, chegámos ao abrigo. A vista era de se ficar sem palavras. Tudo era tão calmo e natural ao nosso redor. O local ideal para a noite que chegava a pasos largos.






Tarefas distribuidas, jantar preparado, a "sala" onde este foi servido encheu-se da alegria caracteristica do grupo. Mesmo sem luz eléctrica, as canções e as conversas duraram e fizeram com que o frio que se fazia sentir no exterior nem se sentisse ali.
Depois do jantar subimos ao piso superior para um grande momento de partilha, ao jeito de uma pré-avaliação desta PWP.
Apenas com a simplicidade da luz que surgia da vela no centro da roda, cada um sentiu a magia daquele momento, o momento alto do dia ou mesmo da semana.

Ainda que de locais distintos, estes quinze elementos da PWP'13 tinham algo em comum... fazer mais, ir mais além. Unidos, como as personagens do filme que serviu de base ao nosso imaginário, por um projecto idêntico, perceberam que juntos valem mais.
Em pilha... somos um!
"Abriu-se mais uma vez a Caixa do Tempo" e depois fomos convidados a dormir "em pilha", ou seja, todos juntos no mesmo espaço, aleatóriamente, tal como o Max e os outros personagens do filme faziam.
Terminou assim em união este dia que, apesar de cansativo, foi um grande dia para os participantes desta PWP. 

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Max

Tal como nos dias anteriores, iniciámos o dia com um grande pequeno-almoço para mais um dia de serviço. Os Pinkies guiaram-nos por caminhos, que já quase sabemos de cor, em direcção às matas do KISC. Entre conversas e coffee-breaks, limpámos mato, derramámos árvores, limpámos pinheiros e rachámos lenha. O serviço é uma oportunidade para nos conhecermos melhor uns aos outros e aos pinkies - ajudamos o centro e ainda nos divertimos!











 À noite, por volta das 20:30, demos início à Festa Portuguesa, na qual demos a conhecer aos pinkies alguns aspectos da nossa cultura através de: um vídeo sobre o caminheirismo em Portugal, danças tradicionais, músicas típicas das tunas universitárias e claro, muita comida e bebida! Os pinkies aderiram a cem por cento: dançaram, riram, tiraram fotos connosco e ainda fizeram perguntas sobre a nossa cultura - curiosidade que nós tivemos todo o gosto em satisfazer. A festa durou até tarde e mais não durou porque no dia seguinte… era dia de trabalho!









terça-feira, 1 de outubro de 2013

Cor



Por entre pós mágicos e olhando em redor, percebe-se que há algo que dá vida a tudo o que nos rodeia, a cor. Nesta terça-feira, tivemos mais um dia cheio de emoções e muitas cores. Apesar de o nosso dia ter começado com alguma chuva, a vontade de continuar no barco e de continuar a trabalhar para o KISC é demasiada.


Alguns de nós continuaram a abastecer lenha, outros a cortar árvores e raízes. Tenho a dizer que os coffe-breaks que fazemos são sempre importantes para nós, mas hoje tiveram uma importância maior, porque este, era o dia de criar alguns laços de amizade com os Pinkies, visto que organizamos alguns jogos e dinâmicas para a noite.


Foi então que Max, desafiou em pleno refeitório, uma batalha com os mais corajosos pinkies às 21 horas da noite. Como era de esperar alguns deles não participaram, mas os que aceitaram o desafio, vinham com uma chama bem acesa.
Começamos com a nossa apresentação de batalha e logo a seguir a dos pinkies, depois com o típico jogo do “STOP ao número?”, onde a cor rosa se saiu vencedora e ainda o jogo das cadeiras onde vos deixamos um pequeno vídeo do que lá se passou.




Por fim fizemos uma batalha como no filme da mística. Foi então proposto pelo Max, de atirar as nossas qualidades, a nossa cor e o nosso sentimento a quem nós quiséssemos, com um balão de água. Está batalha foi mágica, porque para além de nos sentirmos mais seguros de nós próprios, com menos medos e com mais qualidades, conseguimos criar um laço de amizade muito forte entre todos. Em jeito de oração, encerrámos a noite escrevendo num mural os nossos sentimentos para com esta PWP.


segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Ceptro

A manhã começou cedo por entre papelinhos com diferentes tarefas, que espalharam sorrisos durante todo o dia. Desde 'cafunés', gritos e abraços estonteantes, os papelinhos fizeram-se valer pela vontade da família que se estava a formar.
Ansiosos pelo primeiro dia de serviço no centro, e distribuídos por tarefas distintas, o nosso grupo demonstrou o perfeccionismo e o 'desenrrasque' típico da génese lusitana.

Entre caminhos, pinturas e voltas com material, foi necessário atribuir mais tarefas ao nosso grupo além das que estavam delineadas. Nos coffee breaks, sempre com boa disposição, trocaram-se histórias e peripécias de cada grupo, ainda com algum espaço para descobrir a magia das diferenças culturais com os elementos do Staff.


Esta partilha de experiências não se sentia só durante as jornadas de trabalho, como também à mesa. Entre sopas coloridas e pratos estranhos, saboreávamos aquele momento de descanso debatendo os mais diversos assuntos. Seguia-se sempre o momento na nossa mini-cozinha, onde matávamos saudades da fragrância e sabor do café ao estilo português.
A jornada de trabalho era retomada, fizesse chuva ou sol o espírito de trabalho dos grupos mantinha-se, ao ponto de abdicarem do coffee break da tarde para dar por terminada a tarefa que lhes foi concedida.

Depois do jantar, fomos brindados com uma visita a cada parte do centro. Da cozinha, à lavandaria...ao cantinho dos pinkies... e posteriormente guiados por tochas, visitámos os bosques que abraçam o centro... do Kander-Lodge, ao Memorial Rock, ao B.P. campfire, à Torre... ao Campfire Circle...


Em crescendo, na bruma da noite, foi-se ouvindo uma melodia... e aos poucos foram-se vislumbrando pontinhos de luz aqui e acolá. Em jeito de convite, fomo-nos descalçando e sentando nas mantas já expostas na Frack Haus, último ponto de visita...havia algo diferente à nossa espera.

Tínhamos rumado de barco até este mundo mágico, tinham-nos sido instituídos os símbolos desta viagem, faltava agora nos comprometermos com este projecto.
Do silêncio surgiu o Max que nos foi retirando os lenços colocando-os em círculo, formando cada um de deles um raio solar, que aqueceu aquele espaço. Pelo dom selvagem desta mesma personagem, fomos investidos reis feiticeiros deste novo mundo.

Lentamente, cada um abriu a sua caixa do tempo, e deixou sair a sua linha de vida, que juntamente com o ceptro mágico, fizeram com que o pequeno sol daquele espaço subisse e descesse como se de magia se tratasse. Nem só o sol subiu, e do fundo do nosso âmago emergiram gotas de água, que transpareceram toda a autenticidade do momento.


Entre cânticos emocionados, foi o momento de revermos cada um dos nossos percursos, cada uma das nossas escolhas, quer por águas calmas, quer por correntes sinuosas... foi o momento de relembrarmos quem não pôde estar ali connosco, quem nos fez chegar até ali, e de percebermos que mesmo imperfeitos, juntos valemos mais. Foi de facto um momento mágico onde ficámos de facto ligados por um mesmo sentimento:  fazer mais.
Assim como em família, cuidamos dos nossos iguais, também nós rumámos de novo ao Challet com algo no peito que não era nosso, mas com a certeza que seria tratado como se fosse nosso até à manhã seguinte.


Esta seria uma noite calma com o coração repleto desta magia. 



domingo, 29 de setembro de 2013

Sol


Depois de uma noite de descanso ainda insuficiente para recuperar do cansaço da viagem, o nosso dia começou pouco depois das 4 horas da manhã (hora suíça), com um despertar diferente  na presença de animais selvagens.
Saímos então para iniciar o percurso por trilho até ao lago Oeschinensee, a 1600 metros de altitude.
O percurso foi feito ainda durante a noite, por isso não nos apercebemos da paisagem que nos rodeava. Chegados ao nosso destino, tivemos oportunidade de assistir a um amanhecer de crescente luminosidade. O tempo nublado não permitiu ver uma alvorada límpida, contudo não ficámos desiludidos: a superfície azul do lago ondulava calmamente, refletindo o gradual aclarar do dia, envolto pelo recorte das montanhas que se iam definindo: alguns dos cumes repletos de flocos de algodão e todas as encostas  preenchidas de árvores frescas. Ficámos maravilhados com aquela paisagem  e prolongámos o momento de apreciação.
Mas este Sol, ainda que encoberto e sempre em risco de deixar de existir, trazia consigo uma luz que iluminava o barco em que Max, sem saber, se propusera a uma redescoberta de si mesmo. Tal como Max, também nós fomos levados a construir o nosso próprio barco e a colocar nele as nossas propostas de renovação.



De seguida, fomos tomar uma bebida quente e retomámos a caminhada para ir visitar a entrada do teleférico e conhecermos um pouco melhor os trilhos da área, iniciando a nossa descida de regresso ao KISC para o almoço.
Pegámos nas nossas mochilas e decidimos ir ao centro de Kandersteg a pé e por outro caminho, aproveitando assim as maravilhosas vistas que servem de cenário de fundo da acolhedora vila.
Voltámos para o KISC e após algum descanso, jantámos.
Seguiu-se um serão com os Pinkies para o qual preparámos uma apresentação cheia de música e energia e lá fomos, deixando os Pinkies completamente espantados.
Quando os Pinkies cederam ao cansaço, passámos ao nosso momento final do dia: o visionamento da primeira parte do filme que deu origem ao nosso incrível imaginário "Where the Wild Things Are", deixou-se o momento de reflexão do dia sobre a renovação pessoal. E com isto demos por terminado o nosso dia. Amanhã espera-nos o primeiro dia de trabalho a sério!

sábado, 28 de setembro de 2013

A Grande Viagem

Desatracámos o 1º barco da Junta Central, em Lisboa, com seis participantes e o nosso condutor privado a bordo. Rumamos em direcção a Norte ao encontro dos restantes participantes, por mares não tão tumultuosos quanto esperávamos. 
Em Santarém apanhámos mais dois aventureiros, que se juntaram a nós com toda a alegria. Na cidade de Leiria aguardavam-nos dois elementos e o 2º barco. Durante as 34 horas que se seguiam esses seriam os nossos albergues. De Coimbra saltaram para bordo dois malucos com a energia necessária para animar o pessoal. 112 km mais a Norte, no Porto, esperava-nos mais uma aventureira. 
Em Braga reúnimo-nos com os dois elementos que faltavam para preencher o nosso divertido grupo, onde oficializámos o começo da nossa viagem com um momento de reflexão e introdução ao nosso imaginário, "Where The Wild Things Are".



Ao longo desta nossa pequena viagem de recolha encontrámos três selvagens já veteranos nestas andanças internacionais, que nos deram umas últimas dicas e de quem nos despedimos agradecendo a sua ajuda. 
Começava agora a nossa aventura, finalmente todos juntos! Partimos de Braga para o que seria uma viagem quase non-stop. A nossa primeira paragem foi em Chaves onde aproveitámos para jantar e reforçar as energias para a longa viagem que tínhamos em frente, antes de sairmos de terras lusas, deixando para trás as nossas zonas de conforto, comprometidos com o desafio de uma nova descoberta do Mundo e de nós mesmos. 
Atravessada a fronteira exercitámos o nosso espanhol, visto que durante as 8 horas seguintes andaríamos por terras do rei Juan Carlos. A viagem seguiu-se animada e sem contratempos, entre conversas, sonecas e muitos cânticos.


Após uma quantidade infindável de túneis avistámos a fronteira francesa, onde preparámos o "Bon Jour", o "Merci" e o "Ça va", para nos sentirmos mais em casa. Prados verdes e amarelos estendiam-se nos flancos da auto-estrada que percorríamos enquanto a nossa ansiedade se acentuava à medida que os quilómetros no GPS diminuíam. França parecia nunca mais acabar! 
Quando o condutor finalmente disse: "ali está a fronteira", os nossos corações dispararam, já só faltavam à volta de 200 km. À medida que nos aproximávamos do nosso destino e a noite caía, os nossos corações a palpitar acompanhavam a nossa cara de miúdos numa banca de doces ao avistarmos a estupenda arquitectura característica daquela região e as imponentes sombras escuras que se erguiam até aos céus. 
Quatro países e 2400 quilómetros depois, viemos descobrir nos recantos escondidos dos Alpes Suíços o paraíso escutista, o Kandersteg International Scout Centre - KISC. Nenhuma das 1001 fotos fazia justiça à beleza e grandiosidade da vista que emergia diante dos nossos olhos. Iluminado pelas luzes exteriores, no meio de uma imensa escuridão, o chalet que seria a nossa casa durante a próxima semana erguia-se magnífico. Uma visão do céu! 
No KISC encontrámos o local ideal para soltarmos o nosso lado mais wild partilhando-o com companheiros de viagem selvagens cujas vidas se cruzaram para viver este sonho. 
Mal podemos esperar pelo dia de amanhã!