sábado, 28 de setembro de 2013

A Grande Viagem

Desatracámos o 1º barco da Junta Central, em Lisboa, com seis participantes e o nosso condutor privado a bordo. Rumamos em direcção a Norte ao encontro dos restantes participantes, por mares não tão tumultuosos quanto esperávamos. 
Em Santarém apanhámos mais dois aventureiros, que se juntaram a nós com toda a alegria. Na cidade de Leiria aguardavam-nos dois elementos e o 2º barco. Durante as 34 horas que se seguiam esses seriam os nossos albergues. De Coimbra saltaram para bordo dois malucos com a energia necessária para animar o pessoal. 112 km mais a Norte, no Porto, esperava-nos mais uma aventureira. 
Em Braga reúnimo-nos com os dois elementos que faltavam para preencher o nosso divertido grupo, onde oficializámos o começo da nossa viagem com um momento de reflexão e introdução ao nosso imaginário, "Where The Wild Things Are".



Ao longo desta nossa pequena viagem de recolha encontrámos três selvagens já veteranos nestas andanças internacionais, que nos deram umas últimas dicas e de quem nos despedimos agradecendo a sua ajuda. 
Começava agora a nossa aventura, finalmente todos juntos! Partimos de Braga para o que seria uma viagem quase non-stop. A nossa primeira paragem foi em Chaves onde aproveitámos para jantar e reforçar as energias para a longa viagem que tínhamos em frente, antes de sairmos de terras lusas, deixando para trás as nossas zonas de conforto, comprometidos com o desafio de uma nova descoberta do Mundo e de nós mesmos. 
Atravessada a fronteira exercitámos o nosso espanhol, visto que durante as 8 horas seguintes andaríamos por terras do rei Juan Carlos. A viagem seguiu-se animada e sem contratempos, entre conversas, sonecas e muitos cânticos.


Após uma quantidade infindável de túneis avistámos a fronteira francesa, onde preparámos o "Bon Jour", o "Merci" e o "Ça va", para nos sentirmos mais em casa. Prados verdes e amarelos estendiam-se nos flancos da auto-estrada que percorríamos enquanto a nossa ansiedade se acentuava à medida que os quilómetros no GPS diminuíam. França parecia nunca mais acabar! 
Quando o condutor finalmente disse: "ali está a fronteira", os nossos corações dispararam, já só faltavam à volta de 200 km. À medida que nos aproximávamos do nosso destino e a noite caía, os nossos corações a palpitar acompanhavam a nossa cara de miúdos numa banca de doces ao avistarmos a estupenda arquitectura característica daquela região e as imponentes sombras escuras que se erguiam até aos céus. 
Quatro países e 2400 quilómetros depois, viemos descobrir nos recantos escondidos dos Alpes Suíços o paraíso escutista, o Kandersteg International Scout Centre - KISC. Nenhuma das 1001 fotos fazia justiça à beleza e grandiosidade da vista que emergia diante dos nossos olhos. Iluminado pelas luzes exteriores, no meio de uma imensa escuridão, o chalet que seria a nossa casa durante a próxima semana erguia-se magnífico. Uma visão do céu! 
No KISC encontrámos o local ideal para soltarmos o nosso lado mais wild partilhando-o com companheiros de viagem selvagens cujas vidas se cruzaram para viver este sonho. 
Mal podemos esperar pelo dia de amanhã!

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