terça-feira, 30 de setembro de 2014

Luvas

"Ser caminheiro é ter vontade de sonhar", foi hoje a frase que mais ecoou dentro de nós ao acordar. O corpo já ressentia o serviço do dia anterior, mas relembrou-nos a nossa divisa e a predisposição necessária para aceitar o desafio.
Como habitualmente, acordamos por volta das 7h00 da manhã, após termos tomado o pequeno-almoço fomos divididos em dois grupos de trabalho. As tarefas atribuídas consistiam em arrancar raízes de árvores, armazenar a madeira e limpar os caminhos. A nossa intervenção é uma grande ajuda para o Centro pois o Inverno aproxima-se.


"A trabalhar sem procurar descanso, a gastar-me sem esperar outra recompensa". 
Uma frase que no fundo é o um modelo orientador para melhorarmos sem nunca nos esquecermos que devemos sempre fazer tudo sem estar à espera de um obrigado, palmadas nas costas ou uma recompensa.

Mas como o nome desta actividade é Portuguese Work Party nem tudo é só trabalho, assim após o jantar tivemos a "Portuguese White Party" com a presença dos Pinkies. Em género de disputa de rapazes contra raparigas aproveitámos para fazer diversos jogos típicos, como o jogo do lenço, corrida de sacos, correr com colheres na boca transportando 1 Kiwi ou fazer deslizar bolachas pela cara sem deixar cair. No fim da noite as vencedoras foram claramente, ainda que com algumas queixas, raparigas, intituladas ''Las Chicas''.


A noite terminou com a ceia com muitos produtos tipicamente portugueses, que foi complementada com música mostrando o verdadeiro espírito português ao KISC.

Para acabar o serão de uma forma arrebatadora, o nosso cartaz voltou a ser "invadido" com as nossas vivências, deixando nele um nosso cunho pessoal... o nosso contador de sonhos.



segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Botas

A jornada começa agora. A 'toada' do dia de hoje foi bem diferente, fomos chamados a Servir.

Depois de tomarmos o pulso à vila de Kandersteg e ao KISC, começámos a demanda a que nos propusemos. Assim este dia foi maioritariamente de trabalho em prol do KISC, mais especificamente preparar o centro para o Inverno rigoroso que se faz sentir na Suiça. Com trabalhos como limpeza de áreas de acampamento ou caminhos, vivemos momentos de convivência com os Pinkies, enquanto o trabalho se desenrolou alegremente, ao mesmo tempo, crescemos.



No final do dia de trabalho tivemos um momento de simplicidade e partilha, caminhamos sobre as nossas 'botas' e partilhámos-las enquanto lavávamos os pés com e no do Rio Kander. Durante esta espécie de Lava-Pés, partilhámos caminho com um elemento do grupo, trocando pontos de vista da nossa vida pessoal e escutista. Foi um momento de rejuvenescimento em que crescemos individualmente e a par.




Ao longo desta edição da PWP, descobrimos que há uma luz que nos acompanha... ela representa o compromisso que aceitámos no inicio desta actividade, e assim sendo nunca podemos deixar apagar a chama que ela emite.

Contudo, durante esta noite algo de muito grave aconteceu! Esta nossa luz apagou-se e com ela alguns membros do nosso grupo "desapareceram".
Perder a chama uniu-nos... O sentimento de pertença a algo superior progrediu. Os espinhos desta missão foram superados e deixamos as individualidades para trás, procurando atingir as metas do grupo.

Foi um dia diferente, foi um dia bom, foi um dia de crescer...


André Patrício 

domingo, 28 de setembro de 2014

A Máscara

"Sê a mudança que queres ver no Mundo"

Eram 5h00 da manhã quando se deu a alvorada de um novo dia. Logo ao acordar deparamos-nos com uma nova pista mistério que nos levou ao visionamento de um pequeno vídeo, intitulado  como "Máscara", que se focou na aparência exterior, de nos fazermos parecer ou ser quem não somos. Deste modo o objectivo do dia, passou por nos libertarmos destas máscaras, demonstrando a nossa verdadeira essência..

Simboliza a aparência de ser\parecer outra pessoa, assim o objectivo era libertarmos-nos dela, ao longo do dia, e demonstrar aquilo que realmente somos.

Após termos aceite este desafio, e de termos realizado a oração da manhã, lançamo-nos ao grande marco do dia: O Hike até ao Lago Oeschinensee.

O caminho foi longo, sinuoso e com um declive acentuado, mas a boa disposição, alegria e ambição de atingir aquele local mítico superou as dores, quedas e cansaço acumulado. A chegada ao Lago foi deslumbrante. É impossível transpor em palavras a beleza que presenciamos... desde a beleza das montanhas envolventes (muitas ainda tinham neve no cume), à agua transparente que reflectia a paisagem, um enorme espelho. Quando atingimos o Lago Oeschinensee ainda estava um ar gélido da manhã, e nem o sol tinha aparecido. Mas depois de algumas fotos e dinâmicas presenciamos um momento magnifico. No cume este da montanha começou a surgir o Sol, por entre a neve e as rochas, foi um instante inesquecível que certamente ficará recordado na memória de todos os participantes.
Nesta envolvente mágica, fomos convidados a compor a verdadeira máscara que um de nós possui. Foi-nos indicado pelos nossos companheiros que características mais visíveis nos compõem, a nós coube-nos a tarefa de reflectir sobre o que tentamos esconder com a nossa máscara.


Antes da hora de almoço aproveitamos para regressar ao vale, mais propriamente à vila de Kandersteg, onde aproveitamos para almoçar nas redondezas. Como normal aproveitamos para confraternizar, com novos jogos e dinâmicas, por volta das 13h00 o Bruno Costa [membro da PWP'13, e que esteve connosco durante um dia] teve de nos deixar, mas sem antes partilhar algumas palavras sábias.

Da parte da tarde percorremos um novo trilho que nos levou até ao Parque Natural de Blausse, até aqui fomos ladeados maioritariamente pelas margens do Rio Kander, rodeados por campos verdejantes. Demoramos cerca de 1h30 a realizar o caminho, sendo que foi um momento de apreciar a paisagem e de realizar novas experiências muito energéticas. Em Blausse tivemos oportunidade de observar um lago, carregado de uma enorme mística romântica (novamente de cor azul transparente, mas de menor dimensão do que o Lago Oeschinensee), sendo que a principal característica deste lago eram as trutas. Existiam trutas de grande dimensão no Lago de Blausse, e no interior do Parque podíamos observar o processo evolutivo desta espécie em tanques ao ar livre. Para além do lago e das trutas o parque era um excelente local de convívio com espaços verdes muito agradáveis para crianças e graúdos, onde aproveitamos para nos divertir e descansar.


Após o jantar tivemos uma actividade de confraternização com os Pinkies, designada Internacional Staff Night. Em que os membros do Staff do KISC, pela primeira vez apresentaram a sua cultura a uma Work Party. Tivemos oportunidade de conhecer melhor outros escuteiros do Uganda, Japão, Colômbia, Holanda, Reino Unido, Portugal, Austrália, Venezuela, Hong Kong, Dinamarca, Brasil. Foi o pináculo do divertimento com musica e animação à mistura.



'Hoje foi dia de exploração, desde o Lago Oeschinensee até ao Parque Natural de Blausse, apreciamos a beleza alpina presente até na mais pequena maravilha!' - Maria Catré

Texto de Nuno Pina e Filipa Aroso.

sábado, 27 de setembro de 2014

Aceitação do Desafio



Durante o sono pesado de uns e conversas trocadas de outros, atravessámos mais uma barreira física ao chegar a França durante a madrugada. A alvorada como não podia deixar de ser foi tipicamente portuguesa bem ao nosso jeito, cantando “sonho de menino” do nosso internacional Tony. Depois de um pequeno- almoço francês com direito a “croissant” conseguimos reunir energias para juntar todas as peças de um desafio em forma de música e ser capaz de o aceitar e “provar ao mundo que é possível passar a linha do infinito”. 
Como tudo entre elementos é partilhado, até as gomas, mas como em tudo temos de as merecer, por entre desafios, músicas, serenatas, danças e abraços, fomos criando e construindo uma viagem tão intensa, que num abrir e fechar de olhos já estávamos em território Suíço. Pela última vez neste percurso almoçamos numa estação de serviço, acabando com toda a comida que tínhamos na mochila e dividindo os últimos alimentos de cada um. À medida que o espirito de cumplicidade entre o grupo ía aumentando, sendo este reflectido na partilha de vivências, em modo speed-datting revivemos as nossas melhores memórias dentro deste imenso movimento escutista.
Por fim, as 26 horas de autocarro, deram os seus frutos, e como quem espera sempre alcança, em contagem decrescente fizemos uma entrada triunfal no KISC, sem nos esquecermos de o fazer com o pé direito registando o momento.


“ Sonhar é fazer planos, viver é ter coragem para realiza-los”.
Como já seria de esperar, a recepção foi bastante acolhedora e literalmente aqueceu-nos o estômago com a primeira refeição quente em dias.


Não bastando a magia envolvente do centro, foi para grande alegria que o Bruno Costa participante da segunda edição da PWP, por ocasião de folga profissional, além de nos fazer uma visita trouxe uma carta que tinha encontrado pelo caminho. 
Esta carta guiou-nos a um sítio misterioso aqui no KISC onde sentimos a presença do nosso fundador B.P. mais do que nunca. Despertando de um sonho com a entrega dos Kits de participantes e do nosso protegido lampião, sempre guiados pelas estrelas e orientados para Norte descobrimos os nossos super poderes. Ao longo da atividade vamos ter de estar a altura desta responsabilidade, e de os usar sempre para benefício do centro e do nosso grupo.

Escusado será dizer que a partir de hoje passamos a ter um novo refúgio e nunca deixaremos que algo de mal lhe aconteça porque no fundo “We are Super Heros”.


sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Caminho

"Uma longa viagem começa com um único passo"

Quando recebemos o email com a confirmação da nossa presença na actividade, seguiram-se meses de trabalho e dedicação para a preparação desta terceira edição da PWP'14. A cidade invicta teve o prazer de receber os incríveis 15 elementos seleccionados para esta aventura oriundos dos 4 cantos do pais incluindo a nossa ilha da Madeira.
Bailando por entre as curvas de Portugal atravessamos o pais ate a nuestra hermana españa, durante apresentações, contactos, raptos nas estações de serviço, danças improvisadas, lepo lepo, fomos capazes de quebrar barreiras de regiões e regionalismos.
"Dêem-me um ponto de apoio e moverei a Terra".